Cada pedacinho era de uma cor, sem ter uma combinação muito perfeita, seus olhos eram amendoados, tinha bochechas rosadas e sapatos empoeirados. Vivia sempre parada no canto daquela sala a espera daquela que poderia transformar o irreal em real. Acreditava que um dia poderia expressar todas aquelas lágrimas enxugadas pelas fibras do tecido rasgado e falar as palavras escondidas entre as entrelinhas da costureira.
O sonho da boneca de pano era ter seu cabelo penteado, seus remendos remendados e alguém para agarrá-la até que seu vestido de algodão colorido ficasse amarrotado.
Por causa de uma montagem mal feita, ela era única.
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